sexta-feira, 24 de junho de 2011

Um povo em uma constelação.

O texto de hoje, da acadêmica Tabita Maier, do 2º ano de Letras, é outro resultado da mesma proposta que originou a já publicada narrativa Mãos sujas de sangue: desenvolver uma narrativa tendo como base um texto de caráter informativo, sem coordenação entre as orações.

Um povo em uma constelação

Há muito tempo atrás, em algum lugar do Oceano Atlântico, uma frota de conquistadores espanhóis cortavam os mares até finalmente avistarem uma esperança em forma de terra. Gritaram animados e esperançosos “Terra à vista”!
Depois de meses em alto mar, encorajados pela aventura e assustados pelas doenças e tempestades, finalmente um lugar tranqüilo em terra para descansar e renovar sua fé.
Surpresos, os aventureiros do mar olharam para toda a riqueza que o novo mundo lhes oferecia. Cegos por sua cobiça e egoísmo, os conquistadores não se importaram em manchar de sangue nosso cenário pacífico e encantador. Nada era mais valioso do que aquele brilho amarelo, o ouro!
Talvez, as riquezas naturais dos altos dos penhascos, caindo em forma de água poderosa sobre as pedras, a imensidão das árvores, as flores com suas formas e perfumes e o cantar dos pássaros nunca ouvidos e vistos antes não fossem tão encantadores quanto todo o ouro que ali se encontrava.
De repente, tudo ficou quieto. Os pássaros não cantavam mais, os animais ficaram imóveis, as plantas deixaram de exalar seus perfumes, o vento ficou mais seco...
De fronte com habitantes do Novo Mundo, os conquistadores mancharam com sangue todas as árvores, todas as flores e as penas dos pássaros. Povos conhecidos por sua inteligência, sua eficácia em construções monumentais, seu equilíbrio com a natureza e com o espírito; em pouco tempo, a arte, as casas, tudo se resumiu a poças de sangue espalhadas pela antes paradisíaca floresta.
Há pelo menos seiscentos anos antes da chegada dos conquistadores, havia, nessas mesmas terras, um povo mais corajoso e complexo do que aqueles que um dia existiram.
Eram capazes de construir verdadeiras cidades no meio da floresta e da mata fechada. Podiam entender as estrelas, a medicina, a matemática e as ciências. Há quem acredite que suas últimas anotações sobre as estrelas indiquem o fim do mundo para todos.
Um dia, o povo maia deixou de existir. Apesar de seu poderio, de suas riquezas e inteligência inigualáveis, um povo com mais de cinco milhões de pessoas deixou tudo para trás. Suas histórias, suas artes e seus deuses nunca mais foram vistos de novo. Apenas restos do que ficou para trás.
Há quem acredite numa força paranormal que os tenha levado, outros preferem acreditar que foram vencidos por outros povos. E há aqueles que preferem acreditar que os maias, de tanto olharem as estrelas, viraram uma constelação.

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